segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os signos visuais das histórias em quadrinhos

Nas histórias em quadrinhos, a expressividade da fala se dá por uma junção de elementos: as diferentes formas das letras, os símbolos que traduzem uma motivação ou as representações sonoras (como as onomatopéias, por exemplo) e os balões de fala.

Formato da letra

A forma da letra e seus diferentes significados foram abordados no post anterior. Santiago demonstra como uma palavra, dentro de um mesmo balão, se diferencia das outras junto a ela para denotar uma expressividade diferente.


No exemplo acima, as palavras em negrito servem para enfatizar a piada de que, na verdade, não foi sua beleza exterior o alvo do elogio.

Onomatopéia

No caso das onomatopéias, as letras formam palavras para significar determinado tipo de som. A forma, cor, textura e tamanho dos tipos influenciam nesta representação. O sentido pode se completar com alguns símbolos agregados à letra, como por exemplo, as gotas junto à palavra "ping" na figura abaixo.


Sobre a palavra que representa um som e adquire significantes, Paulo Ramos ecreveu "(...) ocorre uma hibridização de signos verbais escritos e signos visuais" (Ramos, 2007 apud Ramos, 2009). Segundo o autor, "estes agregam signos de três ordens: icônica (representação de seres ou objetos reconhecíveis), plástica (caso da textura ou da cor) e de contorno (a borda ou linha que envolve as imagens (...). (Ramos, 2009).



Balões de fala

Os diferentes níveis de fala e pensamento são também auxiliados pelos balões. As idéias de intenção dada pelo texto e seu formato são endossados pela forma dos balões e seu uso criativo, também lançando mão de texturas e cores diferentes.


Títulos

Os títulos das histórias em quadrinhos também podem dar o sentido do que o leitor verá a seguir, no decorrer da narrativa. O desenho do letreiro e a inserção de diversas figuras, fazem do título de Spirit, personagem de Will Eisner representado abaixo, uma mini-história que antecede a história. A letra "S" do nome do herói desdobra-se como se fosse um edifício. O metrô, desenhado logo abaixo do "edifício" endossa características comuns em histórias deste personagem, como a representação quase onisciente da cidade, seus elementos e personagens.



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